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Foto: Rafael Stedile |
A esquerda quase viveu a
maior derrota do século XXI nas eleições desse ano.
O conservadorismo do Congresso
recém-eleito cria um cenário que evita o avanço de políticas progressistas, mas
a vontade de mudança da população é real e deve ser traduzida em
mais Democracia e mais progresso para não cair na mesmisse dos últimos quatro anos.
O discurso da vitória de Dilma Rousseff
deixou claro que a Reforma Política é necessária. Porem, outras medidas também
são essenciais para uma melhora da Democracia e do conhecimento político da
sociedade.
É então que aparecem os gritos de “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo” no público que escutava o
discurso da vitória da presidenta reeleita.
A sociedade demanda avanço,
mas o conservadorismo dos meios de comunicação chega diariamente às mentes dos cidadãos e funciona como uma gaiola, pois
os conglomerados de imprensa tem uma postura natural de formar a opinião da
sociedade através de similares valores, interesses e ideologias.
Com isso, temos uma
população que exige avanço sendo informada em grande medida por jornalistas conservadores que evitam esse
progresso à toda custa.
A esquerda sempre teve o
costume de “assustar” os donos da mídia com medidas ousadas.
Esse panorama explica o desespero dos grandes jornais nessa reta final de eleição. A situação não irá mudar naturalmente.
É por isso que o avanço terá
que ser “Imposto” pela própria sociedade. E um dos caminhos que conduz ao avanço é a regularização do setor da mídia, poder fundamental de qualquer
Democracia do planeta.
O oligopólio midiático
promove um discurso ditatorial e muitos políticos ainda são donos de meios de
comunicação.
Essa característica da mídia
brasileira troca o avanço democrático do país por interesses privados dirigidos
à busca por lucro e influência.
A Constituição Federal proíbe
a prática de oligopólio em seu artigo 220, parágrafo 5, mas a influência dos donos dos conglomerados é tão
grande que conseguem contradizer a própria Carta Magna da República Federativa
do Brasil sem sofrer nenhum tipo de represália.
Por outro lado, diversos
políticos são favorecidos e eleitos constantemente graças às coberturas informativas
de seus próprios jornais, revistas, rádios e televisões em um círculo vicioso
que engana o povo com o quarto poder, justamente aquele que deveria esclarecer e
evitar o abuso em um Estado de Direito.
Assim sendo, a Regularização
Econômica da Mídia, medida defendida por Dilma durante a campanha, e a proibição do controle de meios de comunicação por parte
de pessoas que exercem cargos políticos são medidas extremamente necessárias
para o avanço democrático, político e social do país.
Uma lei que limite o tamanho
dos conglomerados de imprensa dará espaço a outras vozes e outras ideologias que
hoje ficam em segundo plano simplesmente por não ter condições econômicas e políticas de
competir com gigantescos conglomerados.
Com isso, o sistema favorece
quem tem poder, enquanto exclui quem se opõe de alguma forma. Esse panorama de desigualdade influi muito na percepção que as pessoas têm da realidade.
A Internet obviamente
quebrou a hegemonia da Grande Imprensa em certa medida, mas a campanha eleitoral ferrenha e
partidarista dos grandes meios de comunicação do país é prova de que o Brasil
precisa democratizar sua mídia para melhorar a representatividade da população.
Caso contrário continuará pagando
o preço de ter grande parte da opinião pública controlada por cinco famílias.
E esse preço é alto, como o PT sentiu na pele nos últimos anos - e especialmente nos últimos dias, com Veja, Globo e Estadão atuando no "tudo ou nada".
O PT ganhou e promete cumprir com as expectativas de mudança da população. No entanto, uma sociedade
informada pelo discurso único nem sabe direito o que pretende, pois confunde
seus próprios interesses com os que a imprensa aponta.
Um equilíbrio de ideologia e de representatividade nos
meios de comunicação solucionaria essa situação problemática.
Mas somente uma medida ousada
pode realmente quebrar esse panorama consolidado durante a história do Brasil.
O país exige avanço e o
mesmo deve ser encontrado através de mais Democracia e da busca por mais representatividade.
Mas para isso é extremamente
necessário encarar temas “cabeludos” na área da comunicação, pois o panorama
atual protege a si mesmo e provém diretamente da Ditadura, período que criou grande parte dos
problemas sociais, políticos e econômicos do Brasil.
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