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Capa da revista Veja divulgada ontem (23/10) |
A Veja publica uma “denúncia” - baseada no disse-que-me-disse e os diversos jornais da Grande Imprensa dão eco às informações
usando como fonte... a própria Veja.
Até esse ponto não há grandes
problemas, pois alguns casos reais de corrupção podem e já foram desvendados
nesse sistema.
Mas a falta de ética com o jornalismo é uma realidade da revista e as intenções partidárias da mesma é latente há muito tempo.
A manipulação é algo quase
natural na comunicação midiática, pois o fator humano normalmente limita a
capacidade de neutralizar as informações a ponto de atingir a tão sonhada objetividade
total.
Assim sendo, a mídia no
geral mostra a realidade como um espelho quebrado: a imagem é similar, mas não
passa de uma réplica, uma apresentação artificial da realidade, que pode ou não
corresponder com os fatos reais. Dependendo da qualidade e das intenções do
jornalista, o espelho estará mais ou menos quebrado.
Sendo assim, é possível
atingir a neutralidade total através do esforço e da pura vontade de informar
sem pretender induzir o leitor a acreditar em algo.
Mas a revista Veja perdeu
essa intenção há muito tempo.
A manipulação hoje é algo normal
nas revistas semanais do Brasil – publicações como Época, Carta Capital e a
própria Veja apresentam um alto grau de partidarismo, que de uma forma ou de
outra induz o leitor a acreditar no ponto de vista da publicação.
Às vezes essa manipulação
acontece involuntariamente, devido à falta de experiência ou de entendimento
dos efeitos da comunicação realizada – que é o caso, por exemplo, da
Sheherazade e o menino do poste, pois a jornalista não entende até hoje como
suas palavras possam ter incentivado a violência.
Porém, o que a Veja fez na
capa publicada ontem (23/10) superou o partidarismo e chegou ao nível de manipulação
descarada e especialmente dirigida à induzir o leitor a acreditar em um
determinado ponto de vista através de técnicas jornalísticas que fogem
absolutamente da mínima isenção exigida aos meios de comunicação.
A capa, que induz o leitor a
acreditar que “Lula e Dilma sabiam de tudo”, oculta fatos, distorce a realidade
através da seleção descontextualizada de informações, dá extrema relevância a versões
não confirmadas, destaca a opinião frente à informação e privilegia a
apresentação estética dos fatos, deixando o conteúdo em segundo plano.
Os resultados dessas
técnicas de manipulação são desastrosos na mente de quem concede à Veja um
mínimo de credibilidade.
A forma básica de
manipulação da revista, que é a mistura entre informação e opinião,
naturalmente induz o leitor a acreditar nos juízos de valor dos jornalistas da
Editora Abril.
Ou seja, quando a revista
mistura a opinião dos jornalistas com os fatos objetivos da realidade, os
leitores se confundem e incorporam a visão do mundo, a ideologia e a versão dos
profissionais da comunicação ao seu próprio entendimento da realidade. Com
isso, os leitores viram meros bonecos nas mãos dos jornalistas, pois os juízos
de valor da revista ganha mais importância que a realidade.
A revista semanal também
utiliza outras técnicas de manipulação para fazer os leitores acreditarem no
que ela quer – e ela sempre espera que as pessoas vejam o mundo com seu
tradicional ponto de vista neoconservador que se opõe a qualquer referência
progressista.
A descontextualização dos
fatos é uma técnica básica para qualquer tipo de manipulação.
Quando a Veja apresenta
certos detalhes dos fatos sem mostrar o contexto geral, que inclui, por
exemplo, o suposto envolvimento não confirmado de tucanos – como Sergio Guerra –
no escândalo de corrupção que foi batizado de Petrolão, o leitor acredita
equivocadamente que somente o PT e outros partidos participaram das práticas
corruptas da Petrobrás, visão que não corresponde com a realidade.
Dessa forma os leitores são literalmente
enganados; levados a acreditar em um ponto de vista que corresponde somente com
os interesses mesquinhos e egoístas de uma das maiores revistas da América
Latina.
E tem mais.
Quando a revista dá extrema relevância
a fatos não confirmados – como a acusação de que Lula e Dilma “sabiam de tudo”
-, o leitor que acredita nessas palavras macabras é induzido a incorporar
mentiras ou versões fantasiosas da realidade.
Com isso, o que ele recebe é
discurso panfletário que distorce sua opinião; nada diferente do que aparece
nos mentirosos e parciais horários eleitorais gratuitos. E essa apresentação
dos fatos não é jornalismo, mas sim pura descontrução de imagem, algo feito por políticos para afetar adversários.
Para completar, na falta de
conteúdo fundamentado que prove as acusações publicadas, a revista Veja dá
destaque à apresentação estética das informações colocando uma capa
extremamente subjetiva e emocional que motiva o leitor a esquecer a razão e o
bom-senso para simplesmente acreditar cegamente no que os jornalistas querem.
Em outras palavras, ao
apresentar as informações com uma chamada na capa em que Lula e Dilma aparecem
com cara feia em um cenário negro e sombrio, a Veja minimiza o conteúdo – que não
passa de uma acusação simples e não confirmada - e consegue a confiança do
leitor através da emoção pura.
Dessa forma, os jornalistas
da Editora Abril conseguem formar uma seita, uma legião de leitores raivosos
que não pensam, só reproduzem as palavras rancorosas e mal-intencionadas da
revista.
A manipulação se completa
quando a verdade aparece e é apresentada timidamente pelos principais meios de
comunicação do país.
Nessa altura o estrago já
está feito e poucos têm interesse em revertê-lo.
Acontece que, para esses
meios de comunicação, a verdade não cria os efeitos políticos da mentira. E,
como uma mentira dita muitas vezes vira verdade, principalmente quando a primeira
ganha mais destaque e atenção que a segunda, a realidade fica em segundo plano
e o que aparece é uma visão distorcida e manipuladora.
É por essas e outras que a
revista Veja hoje representa o fim da ética no jornalismo
Não há vontade de melhorar o
debate democrático.
Não há nenhuma intenção de
esclarecer o leitor.
Não há nada positivo.
Esse esclarecimento dos
cidadãos limita a capacidade de manipulação da revista Veja.
E sem essa manipulação, sem
mentiras e sem técnicas jornalísticas de lavagem cerebral, a revista não pode
realizar seu trabalho informativo-emocional-irracional de uma forma que induza
o leitor a fazer exatamente aquilo que ela quer.
Sem dúvida a revista ultrapassou
todos os limites com essa capa que demonstra claramente suas verdadeiras intenções.
A revista quer Aécio no
poder, e, no desespero causado pelos maus resultados das pesquisas, aceitou
usar diversas técnicas de manipulação para favorecer a candidatura do tucano.
Iria até o inferno se fosse preciso.
O chilique da revista é tão
desesperado, que logo depois da publicação da capa na Internet, Reinaldo
Azevedo gravou um vídeo para a JovemPan dizendo que a capa da Veja é motivo suficiente
para realizar um Impeachment na Dilma, caso ela seja reeleita.
Dilma, por outro lado, denunciou
às más-intenções da Revista Veja em um vídeo gravado hoje e afirmou: “darei
minha resposta à eles na Justiça”.
Com a Internet, pouco a
pouco a revista vai perder credibilidade, pois a mentira tem perna curta na
rede.
E para os cidadãos
esclarecidos, é melhor ter dó que raiva dessas pessoas. A dó provém da
compaixão e permite o esclarecimento daqueles que ainda dão credibilidade a uma
revista extremamente anti-ética. Enquanto a raiva só faz mal a quem a sente e
atrapalha o trabalho de reeducação dos cidadãos manipulados.
Os neoconservadores da
Editora Abril merecem ser denunciados, desmascarados, punidos e posteriormente deixados
de lado por todos, pois o que fizeram agora não é digno de compreensão, nem de
aceitação.
É puro terrorismo midiático
e deve ser desmascarado para não fazer mais estrago do que já fez durante toda
sua existência.
Triste ver a população cair na lábia dessa revista. Até parece que o único interesse dessa revista é informar a população de qualquer escândalo, senão o de fazer politicagem!
ResponderExcluirEsta claro que a veja e pro-PSDB.
Lamentável ver esse tipo de 'jornalismo' de quinta em nosso país.