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Dilma e Lula no comício de Itaquera (acima); título do post publicado no "Blog do Noblat" (abaixo) |
Em um comício realizado ontem (20/10) ao lado de Dilma em
Itaquera, Zona Leste da cidade de São Paulo, Lula falou sobre a polarização política
existente entre PT e as Organizações Globo.
A declaração foi entendida como uma “agressão” e uma "ameaça" à imprensa por jornalistas da Globo. O conglomerado se deu direito de
resposta e, em uma notícia que mistura informação com doses de opinião, enganando o
leitor através da apresentação subjetiva de fatos, o jornalista Germano Oliveira informa que a declaração de Lula foi uma “agressão”.
O texto entende que a afirmação de Lula “foi além da
crítica institucional e citou nomes de jornalistas: Miriam leitão, que trabalha
no GLOBO, na TV Globo e na Globonews, e William Bonner, apresentador do ‘Jornal
Nacional”.
Germano tem razão quando diz que Lula "foi além".
A notícia faz um juízo de valor ao julgar que Lula "agrediu" os jornalistas, porém, a declaração do ex-presidente realmente foi irresponsável por citar nomes de opositores em época de profunda paixão partidária e fanatismo
político.
Uma declaração dessas pode gerar agressões a seres humanos, assim como pôde acontecer com Gregório Duduvier na semana passada. O humorista praticamente declarou apoio à Dilma em sua coluna na Folha de S. Paulo e, enquanto almoçava em um restaurante do Leblon, um cidadão que também almoçava disse que ia embora para não "acabar metendo porrada nele".
Enfim, a declaração do ex-presidente pode gerar consequências
negativas, portanto foi equivocada. Entretanto, independente das possíveis consequências
que ela pode gerar, Lula não falou nenhuma mentira.
A oposição de Miriam Leitão e William Bonner acontece
principalmente através de enfoques tendenciosos e interpretações selecionadas
de dados econômicos.
Essa oposição disfarçada se confirma com a postura geral dos jornalistas
da Globo.
Ricardo Noblat, blogueiro da versão digital do jornal O
Globo, foi além e, em sua interpretação publicada hoje de manhã, abusa da
ironia afirmando que Lula estava “aparentemente sóbrio” quando “ameaçou” a
imprensa.
Ora segundo esse ponto de vista, somente uma pessoa
embriagada tem coragem de falar mal da poderosa Rede Globo sem temer
represálias.
Ou será somente um puro ataque pessoal, partidarista e
tendencioso?
No texto, Noblat interpreta a postura geral do PT.
“O PT se vale de todas as armas, as legítimas e as
vetadas pelo senso comum para não perder o poder que conquistou há 12 anos.
Vale, vale tudo. Vale a manipulação de informações, vale a mentira deslavada,
vale a pressão sobre os mais vulneráveis”.
Ele tem razão em parte. A política é realmente um jogo
sujo em épocas de profunda polarização e de decisão eleitoral. E o PT, por ser
um partido de massas com objetivos eleitorais, realmente utiliza ferramentas
tendenciosas para atacar adversários, assim como os próprios adversários
utilizam recursos pouco éticos para agredir o PT. São práticas moralmente
erradas, mas que surtem efeitos nas urnas, por isso são corriqueiras na
Política.
É tão normal que a crítica do blogueiro serve perfeitamente
para ele e para a Rede Globo.
Aliás, basta selecionar o mesmo parágrafo citado anteriormente, substituindo o
sujeito da oração - o PT – por “Rede Globo” e o tempo de domínio de poder indicado
– os 12 anos de governo do PT -, que o sentido curiosamente se
mantém.
Ficaria assim: “a Rede Globo se vale de todas as
armas, as legítimas e as vetadas pelo senso comum para não perder o poder que
conquistou há 50 anos. Vale, vale tudo. Vale a manipulação de
informações, vale a mentira deslavada, vale a pressão sobre os mais vulneráveis” – os grifos destacam as palavras substituídas.
O contexto que surge com a substituição encaixa ou não?
Isso demonstra como a Grande Imprensa carece completamente
de auto-crítica. O orgulho no jornalismo é tão grande que a crítica
realizada a terceiros serve para a própria Globo. E isso acontece com
muitos jornalistas brasileiros.
Os enfoques partidaristas não são
exclusividade de Miriam Leitão e William Bonner, outros jornalistas também
fazem oposição.
Ricardo Noblat, Germano Oliveira, William Waak, Arnaldo
Jabor, Merval Pereira, Diogo Mainardi e muitos outros jornalistas da Globo ignoram seus próprios defeitos e enfoques tendenciosos
quando realizam uma cobertura informativa que critica políticos de forma parcial e interessada.
A declaração de Lula foi irresponsável, mas tem base real: “agora somos
nós contra eles”, afirma. A repercussão dessa declaração comprova que a
guerra ideológica é um fato e vai continuar inclusive depois do segundo turno.
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