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Foto da Plataforma "Muda Mais", da campanha de Dilma Rousseff |
Segundo o blog Conversa
Afiada, o Governo Federal cortou a publicidade dirigida à revista Veja, o
que significa menos recursos para a principal revista da Editora
Abril.
A notícia ainda não foi
confirmada por outras fontes e o texto publicado no blog de Paulo Henrique
Amorim não deixa claro qual tipo de publicidade – a oficial, que serve para
programas e campanhas sociais do Governo Federal, ou a estatal, que provém de
empresas públicas como a Petrobrás ou a Caixa Econômica Federal – foi cortada,
mas a informação já agradou setores da esquerda.
Mesmo sem a confirmação da
notícia, a lógica do Governo é simples: por que dar dinheiro público a quem faz
oposição sistemática, constante e desleal?
Os grandes conglomerados de
mídia recebem milhões de reais em publicidade oficial – sendo as Organizações Globo
a empresa mais beneficiada.
Sendo assim, o senso comum -
e razoavelmente egocêntrico - da esquerda diz que o ideal é “não ajudar quem
não te ajuda”; o que torna compreensível a suspensão de publicidade da revista Veja,
reconhecida por sua incondicional oposição a qualquer pauta progressista.
Porém, politicamente, a decisão
é um tiro no pé.
O corte de publicidade tapa
o sol com peneira e ainda atrapalha o avanço de reformas profundas no setor de
mídia que são necessárias para o fortalecimento da Democracia brasileira.
É aconselhável lembrar que a
sociedade está completamente polarizada e metade dela continua indignada com o
PT.
A regularização econômica da
imprensa poderia ser comprometida nesse ato que, caso confirmado, seria uma
forte arma política para a oposição.
Ao cortar a publicidade
oficial da revista Veja depois da gritante oposição entre essas duas forças
políticas do país, o governo de Dilma Rousseff deixa claro que atua por motivos
políticos, pois não há dados ou razões econômicas que sirvam de argumento para
a suspensão de publicidade.
E ao atuar baseado em causas
políticas, o Governo Federal dá tudo que a oposição precisa para sustentar a
fantasiosa teoria de que o PT pouco a pouco implanta uma Ditadura Comunista no
Brasil.
A simples imaginação dessa
ideia já gera indignação em muita gente. Com a notícia de que o PT cortou a
publicidade da Veja, a oposição dará um chilique, pois já imagina que o Governo
Federal só ajuda quem é “companheiro”.
Com isso, o cidadão liberal,
conservador ou direitista ficaria indignado ao saber que seu dinheiro foi recusado
a certas empresas “honestas” para ser gasto com jornalistas ideologicamente simpáticos
ao Governo.
E a Grande
Imprensa fará questão de induzir sua audiência a acreditar nessa ideia.
Claro que a Direita ignora o
fato de que os cofres da Editora Abril, do Grupo Folha e do Grupo Estado sejam
mensalmente enchidos de dinheiro público do Governo do Estado de São Paulo, que
recentemente renovou milhares de assinaturas de publicações dos conglomerados, dirigidas
a escolas públicas do Estado.
Porém, a questão seria
minimizada justamente por quem se beneficia dessa ajuda econômica que, assim
como essa medida do PT, provém de causas políticas.
Portanto, cortar a
publicidade da revista Veja na situação atual é um erro.
Politicamente, seria mais
aproveitável diminuir os gastos com os conglomerados conservadores gradativamente
enquanto se aumenta a publicidade dirigida à imprensa alternativa – postura que,
aliás, começou com o Governo Lula.
Essa conduta é menos
explícita, fortalece o apoio à Democratização da Mídia e não oferece armamento
político à oposição.
Por outro lado, se realmente
houver corte de publicidade dirigida à revista Veja, o Partido dos
Trabalhadores perde credibilidade junto com os argumentos a favor da
Democratização da Mídia, que é a mãe das reformas do setor.
Como alguém vai acreditar em
democratização da mídia se o Governo Federal não aceita a cobertura de uma revista que -
para metade da população - é jornalística, crítica e independente?
O PT definiu a regularização econômica da mídia como uma prioridade para 2015. Para fazer a prioridade virar realidade, é preciso planejamento, frieza e fortes argumentos.
O corte da publicidade é um argumento, mas seria usado pela oposição.
Mesmo que a informação não seja real, ainda
é preciso cuidado para tratar o tema da Democratização da Mídia sem transmitir
a sensação de conto do vigário, que é exatamente o que a Grande Mídia espera
para poder falar de censura, bolivarianismo e Venezuela.
Todo cuidado é pouco nesse tema.
A meu ver, o mais importante seria um boicote aos anunciantes que sustentam panfletos golpistas.
ResponderExcluirpara pessoas que nem saíram das fraldas .. para tomar a emissora de são Paulo foi feito isso ..a emissora quebrou e a globo tomou o prédio
ResponderExcluirSem cortes e censura na mídia , a mídia deve ser livre para expor as informações e não controlada
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