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Levy Fidélix responde Luciana Genro com declarações homofóbicas |
Durante o debate da Rede Record de ontem (28/09), transmitido em rede nacional de televisão, Levy Fidélix, candidato a Presidência da República, fez declarações que incitam o ódio e a violência contra coletivos homossexuais.
Com gestos hitlerianos, ele
literalmente comparou pedófilos a homossexuais e convocou a sociedade
brasileira a “enfrentar essa minoria”, o que já é motivo suficiente para
colocá-lo na cadeia.
Os defensores da homofobia podem
argumentar que o candidato propôs o enfrentamento metafórico, simbólico, no
âmbito da política. Porém, o contexto das declarações deixa claro que o
enfrentamento sugerido faz referência à limitação de direitos civis de uma
parcela da sociedade.
Direitos que na teoria são
iguais aos do próprio Levy.
Assim sendo, não existe
liberdade garantida na Constituição que permita esse tipo de incitação.
Essa sugestão é crime e
chegou a lares do Brasil inteiro. Discriminação em rede nacional de televisão. Algo
muito sério, pois incentiva práticas criminosas em um país onde um homossexual foi assassinado a cada 28 horas em 2013.
Levy disse não se preocupar
em perder votos por se posicionar contra os gays.
Entretanto, o descaso é
tanto que o candidato deve perder inclusive sua liberdade, pois vidas humanas possivelmente
correm perigo em ações motivadas pelas abomináveis declarações do
presidenciável.
Uma pessoa tão
preconceituosa quanto Levy Fidélix pode querer matar alguém depois de escutar as
declarações.
É isso o que o candidato pretende
ao propor o enfrentamento a coletivos homossexuais? Talvez sim ou talvez não. De qualquer forma, assassinatos podem acontecer quando o ódio é incentivado em meios de comunicação de massa.
E essa possibilidade explica
a gravidade das declarações do candidato.
Uma vida humana vale mais
que a liberdade de outro. As declarações incentivaram o ódio e devem ter consequências
drásticas.
Semana passada o Ministério
Público optou por denunciar Rachel Sheherazade por conta dos comentários
sobre o caso do menino amarrado no poste.
Se o MP entendeu que aliberdade de expressão não ampara a apresentadora nesse caso, as declarações de
Levy devem render medidas similares ou mais sérias ainda.
Rachel não convocou a
sociedade a atacar bandidos. Ela argumentou a favor de “justiceiros” e deu a
entender que a sociedade tem o direito de revidar violentamente. Dessa forma
incitou a sociedade a agredir pessoas para “se proteger”; ou seja, incentivou a
prática de crimes, pois, apesar de tudo, só a Justiça tem o legítimo direito de
condenar alguém.
Levy, por outro lado, incentivou
a sociedade a “enfrentar” (!) um coletivo social. Esse comentário pode ser
interpretado de diversas formas, sendo que nenhuma delas é positiva para
alguém.
Ele praticamente declarou
guerra aos homossexuais. Como um candidato a presidência pode chegar a esse
ponto?
E mais: por que a sociedade
paga um candidato que incentiva o enfrentamento a um coletivo de seu país?
Segundo reportagem da CartaCapital, desde 1996, o PRTB de Levy Fidélix recebeu mais de 6 milhões de reais
de dinheiro público pagos pelo fundo partidário.
É dinheiro do contribuinte que
vai para as mãos de Levy Fidélix a cada eleição.
O pior é que esse pensamento
é algo muito presente na mentalidade conservadora do Brasil.
Muitos defensores da “família”
– entendida no sentido limitado - são egoístas o suficiente para querer limitar
os direitos de outros cidadãos por puro preconceito, pois a Bíblia não é justificativa
para ódios humanos.
O primeiro em apoiar as
declarações homofóbicas foi, como não, Silas Malafaia. “Estão reclamando? Verdade
absoluta”, declarou em uma rede social, fazendo referência aos comentários de
Levy Fidélix.
E, curiosamente, as declarações
de Levy Fidélix foram feitas na Rede Record, cujo dono é Edir Macedo, fundador
da Igreja Universal e reconhecidamente homofóbico.
Isso demonstra que esse
preconceito é algo incrustado na mentalidade algumas pessoas. A sociedade
brasileira está cheia de cidadãos que se sentiram representadas por Levy na
noite de ontem.
E por isso mesmo a homofobia
deve ser crime. Somente uma legislação dura pode reverter os estragos causados
pela incitação ao ódio.
O lado positivo do ocorrido?
O repúdio da sociedade.
Quem defende os valores democráticos
e direitos iguais deve continuar fazendo escândalo sobre o caso.
A repercussão deve ser
grande o suficiente para acabar com esse discurso que incentiva práticas
criminosas.
Somente protestos e
processos podem limitar esse pensamento horrendo que realmente acaba com
direitos e vidas na sociedade brasileira.
Não é possível ser
complacente ou compreensivo. As palavras de Levy Fidélix no debate de ontem não
o foram e merecem o mesmo tratamento.
E quando ditas em rede
nacional de televisão o crime ganha um sério agravante.
Somente punições severas
podem produzir avanços na sociedade nesse campo.
Mas, enquanto nossos
políticos não promoverem mudanças por temer a influência política de pessoas
preconceituosas, a sociedade estará condenada a suportar o preconceito de gente
que teoricamente defende o Cristo, mas é incapaz de amar o próximo.
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